Poema Melancólico
Silenciosamente vago por bosques desérticos,
onde árvores da saudade sussurram melancolias à flor da pele.
Passo por secos regatos banhados com lágrimas de fel
Passo por secos regatos banhados com lágrimas de fel
e mergulho nas areias rubras de suas margens.
Uma ninfa toca a harpa que antes foi motivo
Uma ninfa toca a harpa que antes foi motivo
de lúdicas canções, doces acordes.
Sacio a fome no vento macio que me acaricia a pele.
Quisera eu ser saciada pelas quimeras que moram
num lugar não lembrado pelo tempo.
Matar a sede, me deliciar com o suor que
Matar a sede, me deliciar com o suor que
evapora das palavras ardidas que cultivo
nos pensamentos mais obscuros.
O bosque desértico pelo qual passeio
O bosque desértico pelo qual passeio
é o lugar do esquecimento.
Rasuras e reminiscências
Rasuras e reminiscências
do intenso querer não querido.
Rebuscada morada de idílios vãos,
Rebuscada morada de idílios vãos,
utopias depreciadas e insignificantes lamúrias.
Casa das dunas nômades que representam
Casa das dunas nômades que representam
e se assemelham às idas e vindas infindas
que a sorte nos ensina.
Moro aqui, nas sombras que me rodeiam.
Sorrio para os espectros que me circundam.
Moro aqui, nas sombras que me rodeiam.
Sorrio para os espectros que me circundam.
(Fernanda Passos)
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